75.000 espectadores no Estádio Australia, em Sydney, a apoiar Espanha e Inglaterra, milhares de adeptos que viajaram até ao outro lado do mundo, com 9 horas de diferença horária, para apoiar a sua equipa favorita. Sem garantias de vitória, apenas muito amor pelo futebol e carinho por 11 jogadoras que, aconteça o que acontecer, fariam história.
Parece um conto de fadas, mas não é. Espanha fez história. Apesar das dificuldades, dos problemas técnicos deste ano, das ausências e lesões, as jogadoras conseguiram ser campeãs do mundo. A mesma Espanha que se tinha apurado em apenas três edições do torneio e que nunca antes tinha passado aos oitavos de final. Foi precisamente esta Espanha que conquistou uma vitória mais do que merecida, mostrando que nada é impossível.
Um domingo histórico, 20 de agosto de 2023, que Espanha nunca esquecerá, porque se fez história, as barreiras foram derrubadas e os sonhos tornaram-se realidade.
A Seleção Feminina mostrou que está ao nível dos grandes rivais como EUA, Inglaterra e Japão, marcando um antes e depois neste Mundial. Sim, a "La Roja" entrou numa nova fase: a fase de campeãs.
O jogo ficou decidido nos primeiros 30 minutos com o golo decisivo de Olga Carmona, defesa do Real Madrid CF e peça chave deste Mundial. O seu golo lembra o de Iniesta, em 11 de julho de 2010, ambos os únicos espanhóis a marcar numa final do Mundial. Olga Carmona também marcou o golo decisivo contra a Suécia, que levou Espanha à tão desejada final.
Apesar da grande penalidade falhada por Jennifer Hermoso, defendida por Mary Earps, a guarda-redes eleita a melhor do Mundial, as espanholas conseguiram manter o ritmo até aos (infinitos) minutos finais.
Inglaterra, campeã europeia em título e que não tinha perdido qualquer jogo antes da final, terminou este Mundial no segundo lugar do pódio. A mesma Inglaterra que tinha eliminado Espanha nos quartos de final do Campeonato da Europa.
Entre outros feitos, Espanha conquistou três Mundiais femininos num só ano: Sub-17 e Sub-20.
Salma Paralluelo é, por sua vez, a primeira jogadora na história, feminina ou masculina, a ganhar três Mundiais.
E assim, os adeptos espanhóis podem ir dormir com o coração cheio, a mil à hora, depois de conquistar o tão desejado título de campeãs do Mundo.
O esforço de ir até ao outro lado do mundo valeu a pena, com uma noite digna de 10 cum laude!