Olá Javi! Como está a correr a pré-temporada?
– Uff! Aqui estamos a pôr-nos em forma e a sofrer com este calor. A verdade é que tenho boas sensações físicas. Já fizemos o primeiro jogo da competição, uma derrota em Linares. Doeu, mas é levantar a cabeça e seguir em frente. É uma competição exigente.
Na Fútbol Emotion Academy organizamos campus de treino especialmente desenhados por e para guarda-redes. Sentiste falta deste tipo de iniciativas na tua fase de formação?
– A verdade é que a baliza evoluiu muito nos últimos anos e eu penso que os campus específicos para guarda-redes são um dos pilares para dar visibilidade à posição e para o crescimento entre os mais jovens. Oxalá tivessem surgido antes, a mim tocou-me participar nas “batalhas de guarda-redes”, mas eram só isso, pura competição.
O treino específico de guarda-redes evoluiu bastante nos últimos 10-15 anos. Como viveste tu essa evolução?
– Eu vivi-a de dentro, penso que foi uma evolução natural. Os guarda-redes de “antes” não têm nada a ver com os de agora em termos de técnica e tática. Eram muito bons e tinham um talento natural incontestável, mas agora trabalha-se muito mais a fundo o guarda-redes a nível individual, as condições de treino são melhores e os recursos são exageradamente superiores aos de épocas passadas. Por isso penso que a evolução era natural.
A luva de guarda-redes é outra coisa que sofreu mudanças. O que procuras numa luva?
– Procuro conforto, que a luva seja compacta mas leve, que fixe bem o pulso e que seja firme. Que a aderência do látex funcione bem em situações de humidade, que seja durável e gosto muito que seja de cor branca.
Outro dos aspetos que mais evoluiu foi o material de treino: passou-se de usar estacas e cones para existir agora uma grande variedade de material. O que mais gostas e o que mais “te faz sofrer” nos treinos específicos?
– A verdade é que sim, hoje temos de tudo, embora não seja obrigatório usar todo o material todos os dias… Jajajaj. Também penso que, apesar de haver muita variedade de material, o mais importante continua a ser um bom toque de bola. Não saberia dizer-te o que mais gosto porque adapto-me a tudo. Mas o que menos gosto é quando usam bonecos para tapar a visibilidade. Odeio não conseguir ver sair a bola ou que esta seja desviada no seu trajeto.
Por último, o que é que um guarda-redes profissional sente falta da sua fase de formação?
– Não estive numa academia desde criança, mas a partir dos 13/14 anos tive a sorte de ter treinador de guarda-redes: primeiro o Chiri no CDBerceo, depois nos juvenis, filial e primeiro equipa do D. Alavés com o Javi Barbero e o Tito Subero. Depois, passei um ano pelo Barakaldo e acabei no Real Betis a treinar na dinâmica da 1ª divisão… Não me faltaram muitas coisas, até fui finalista numa “batalha de guarda-redes” num verão em Logroño, na cidade desportiva de Pradoviejo, quando tinha 16/17 anos.
Obrigado por darem visibilidade à baliza. Às vezes somos incompreendidos, mas não tenho dúvidas de que a mentalidade de um guarda-redes é especial e ajuda muito a enfrentar muitos dos problemas do dia a dia.
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